quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tristeza no Rio das lamentações. - Por Norberto Carvalho

Olá à todos;

É com muita tristeza que hoje olhamos para uma cidade como o Rio, que sempre enaltecida em proza e verso, nas canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que sempre tão apaixonados ressaltavam todo o encanto desta bela cidade do nosso Estado. E hoje infelizmente fomos assolados até agora por 96 mortes por ocasião das fortes chuvas no Estado.

Assistí a última entrevista do Sr prefeito Eduardo Paes, da cidade do Rio de Janeiro, e conseguí através de seu semblante, enxergar nele uma sinceridade cansada, e uma sobriedade quase empolgante ao falar da realidade da situação da cidade naquela hora. Infelizmente pude perceber também que uma imprensa despreparada estava presente, irritando o Sr Prefeito, que já extenuado em sua Via Crucis, tinha a exata noção do quanto a situação era realmente muito preocupante.

O Prefeito do Rio foi muito claro e lúcido em suas colocações quando disse que: "não era hora de debates", quanto a culpabilidade por aquela situação calamitosa, o que para alguns desprovidos de inteligência e um mínimo de otimismo, insistiam ruidosamente em perguntar sobre as estatísticas, que talvez comprovassem que esta, por incrível que pareça, não era uma situação tão "atípica" assim. Ora, respondeu o prefeito, com a calma que só o desespero dá: "Não é atípica?! Como se estivéssemos acostumados a uma chuva como esta uma vez por semana!" E que ele, por inconsequente, justo esta semana, resolvera não dragar as galerias e os bueiros da cidade.

Eu não sou morador do Município do Rio, mas tenho que concordar com o Sr Prefeito, que aquelas horas, já estava exausto e com suas forças bem reduzidas, ao saber que número de mortos tendia a aumentar em razão de alguns desaparecimentos, O que importava e ainda importa no momento, é tratar daqueles que estão em situações de risco imediato.

Fiquei perplexo, ao ver em alguns canais que faziam "previsões otimistas" baseadas no simples aspecto de que o pior já havia passado, e como se fosse necessário a mesma chuva para causar tamanho prejuízo, mesmo estando a terra mais encharcada do que hoje, somente há 44 anos atrás.

Nos resta neste momento, lamentar as mortes, e continuar torcendo para que uma pronta resposta do Ministério das Cidades, junto ao nosso Governo Federal na pessoa de nosso presidente Lula, seja uma ajuda substancial, em razão dos mais de 10.000 lares cariocas que estão em áreas de risco. Cabe também à todos nós cidadãos, compreendermos este momento de crise e colaborar com Governo do Estado, em todos os aspectos possíveis, desde atitudes positivas e conscientes, como o devido lugar do lixo, até o simples fato de buscar formas de não nos deslocarmos de maneira desnecessária em razão do alto risco ao qual estaríamos expostos.

O momento é de lamento pelos mortos, mas também de mobilização, para ajudar os mais afetados com as chuvas; não aumentarmos as estatísticas, e pedir ajuda do Alto, reconhecendo que precisamos de Deus o quanto antes, pois esta situação não é só reflexo do acaso mas também da não preservação, do crescimento desordenado e etc.

Que Deus nos ajude! Amém!

Um abraço fraterno;

Norberto Carvalho.

5 comentários:

Guarnier disse...

Com relação ao semblante cansado e externador de uma tristeza inevitável do prefeito Eduardo Paes, não há dúvida, pois seria simplesmente desumano e insensível se fosse diferente. Não tenho dúvidas de que o sr. prefeito esteja triste com a situação calamitosa,quem não está? Mas não devemos absolvê-lo de sua grande parcela de culpa no ocorrido, ainda mais tratando-se de um - autoentitulado - profundo conhecedor das limitações de nossa capital. O que não devemos esquecer é que, hoje o assunto são as mortes provocadas pela chuva, mas amanhã serão as mortes provocadas pela violência, pela falta de assistência médica, pelos buracos nas ruas e estradas do Rio de Janeiro e etc. Sou morador da dita "cidade maravilhosa" que se gaba de seus pontos turísticos e fecha os olhos para seus muitos defeitos, somente os enxergando quando estão em evidência, como hoje. Ontem, pelas mãos de Deus, escapei de uma tragédia ao passar pela Grajaú - Jacarepaguá com minha esposa, uma estrada com inúmeros riscos, desde as favelas que a cercam, até a falta de sinalização e conservação. Vivemos e sobrevivemos em meio ao caos patrocinado pelo sucateamento dos órgãos públicos e sair e voltar para casa, em dias considerados comuns pelo "senso comum" já conformado com toda a problemática da cidade, torna-se difícil e preocupante. A situação de hoje é bem diferente do ocorrido em Angra dos Reis na virada do ano, lá considero fatalidade, aqui não há outra palavra a não ser ABANDONO.
Muito bom o blog e o texto!

SSTHOJE disse...

Olá amigo; agradeço sua opinião sincera e resignada, pois sendo morador da cidade, tens melhor sentimento por uma ótica interna e com conhecimento de causa; por acreditar que quem se expõe se compromete e consequentemente amadurece, preferí não abordar o tema por este prisma, pelo fato de não ser morador da cidade, e esperava realmente uma declaração como a sua, fato este, que não desmente a dor e também não exime de culpa, o próprio Prefeito.
Agradeço à Deus por sua intervenção na sua vida e uno-me à você nesta resignação e rogo à Ele que continue a estender suas mão à nós todos, livrando-nos dos males.
Amém!

Unknown disse...

Há poucos anos se fala sobre preservação do meio ambiente e de um pouco de controle no crescimento desordenado. Ou seja, hoje colhemos as consequências de maus hábitos e de obras irregulares. É muito triste ver as pessoas morrendo ou perdendo tudo, simplesmente porque foram no passado mal orientadas e/ou direcionadas. Peço a Deus pelos que não sobreviveram e mais ainda pelos que estão passando por dificuldades depois de perderem tudo. Cristiane

Unknown disse...

Morador da cidade outrora Maravilhosa como sou, posso dizer que muitos problemas realmente existiram e existirão ainda decorrentes deste dilúvio que nos acometeu na semana passada, mas o que me intriga é a capacidade do povo, de mesmo neste tempo de tristeza e lamentações, como diz o título do seu texto, conseguir achar motivos/meios de picuinhas, intrigas e fofocas absurdas e descabidas como tenho visto e/ou ouvido nos meios de transporte e nos locais por onde passo. Ouvir pessoas afirmando, com veêmencia, que os governantes estavam felizes e alguns até agredecendo aos céus pelas catástrofes ocorridas em ano de eleições, me soa deveras mórbido e aproveitador, embora saiba que provavelmente isso será usado sim nas campanhas, mas acredito que este deva ser o momento de procurar antes de tudo ajudar aos flagelados pelas águas, buscar o entendimento e a problematização do que deve ser feito para que não ocorram novamente tantas mortes e ferimentos decorrentes dos deslizamentos e até problemas secundários mas não menos importantes, como o impacto causado aos transportes, a economia e a vida cotidiana. O prefeito demonstrou estes dias um comprometimento e um entendimento do seu papel de dirigente que muitos, como eu mesmo, não esperavam dele e posso dizer isso com tranquilidade de quem não o elegeu. As mazelas do dia-a-dia citadas no texto do "Emplasto" realmente serão as causas das mortes de amanhã, mas neste momento prefiro correr o risco de ser tachado de purista e acreditar no ser humano que diante de tantas mazelas ainda consegue ser solidário para com seu próximo

SSTHOJE disse...

Concordo com você Bruno, pois na verdade o que necessitamos neste momento, é de fazer a nossa parte pois qualquer tempo perdido agora em debates, só encerra mais ainda a esperança de um mundo melhor, o que era pra ser dito, já foi e as vidas só serão perdidas em vão caso os culpados não sejam punidos ; sinto muito em saber das mortes, mas se nada faço pelos que restaram... torno-me complascente com os ímpios. É cômodo falar da dor dos outros e o mais fácil problema a ser resolvido... é o dos outros, pois se eu falar aos quatro ventos sem me comprometer, de nada valerá minha vida e palavras são facilmente esquecidas, todavia se mostrar-mos com ação do que somos realmente feitos... seremos lembrados ao menos como justos.
Fica na Paz e vejamos se todos aqueles que falam no conforto de suas casas, agora ou outrora possam ajudar aqueles que não aguemtam mais as esmólas em palavras.

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Norberto Carvalho
Norberto Pereira de Carvalho, Professor Técnico de Segurança do Trabalho, lecionando no Cefae II, Nilópolis, Bombeiro Profissional Civil - CBMERJ, com sólidos conhecimentos nas áreas de Técnologia Industrial e desenho técnico além de formação profissional como Eletricista predial e bons conhecimentos em Elétrica Industrial, com base sólida em Informática.

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Sandro Vergara da Costa, formado como Técnico de Segurança do Trabalho pelo Centro Educacional de Niterói - CEN, possuindo vários cursos pertinentes à área de Segurança do Trabalho, atuando desde sua formatura, em 2005, como consultor, principalmente nas questões de treinamento em grandes empresas de diversas atividades econômicas.

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