quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A Decadência da Estrutura de Resposta e Atendimento à Emergência - Por Sandro Vergara

No dia 29 de janeiro, no site do O Globo, publica uma matéria que mostra a precariedade e o despreparo da estrutura de resposta e atendimento a emergência no Brasil onde um homem morreu após tentar de várias formas ter a ajuda da polícia através do 190. Esse fato lamentável ocorreu em Sergipe, onde o atendimento do 190 é feito por uma empresa terceirizada, por pessoas totalmente despreparada ao invés de policiais, e que infelizmente é o que ocorre em todo o Brasil.
Um dono de um depósito de bebidas localizado no Centro de Aracaju, ao perceber dois motoqueiros parados em frente ao seu comércio de olho por mais de cinco minutos, solicita o auxílio da polícia, e o mais absurdo é que durante cinco minutos o próprio comerciante tentou de todas as formas convencer a atendente do perigo que estava correndo, mas infelizmente sem êxito.
O mais absurdo é que a atendente falou que não poderia fazer nada uma vez que ele não poderia passar as informações sobre as características dos elementos porque o comerciante não tinha como descrever a aparência dos meliantes, afinal de contas estavam usando capacete, e a polícia só passou depois que o comerciante foi morto. É lamentável que vidas sejam ceifadas por erros ridículos como esse em prol de uma economia burra e idiota, destruindo famílias, onde pessoas despreparadas tem o poder de decisão de algo tão importante!
Está mais do que na hora de revermos toda a nossa estrutura de emergência no país para que mortes como a do Senhor Eraldo de Jesus Santos não se repitam, para que outras famílias não venham a sofrer perdas como essa, e principalmente para que nós cidadãos possamos ter um atendimento de qualidade.
Onde já se viu um país como o nosso possuir um monte de números de emergência precários, mal estruturados, com Centros de Comunicações de Emergências inoperantes e descentralizadas?
Ao analisarmos a estrutura existente, percebemos claramente que todos os mecanismos públicos de proteção são no geral insuficientes, mal distribuídas, desigual, uma deficiência enorme em contingente e em equipamentos tanto na quantidade como na qualidade.
Não podemos mais aceitar que cada setor de emergência (SAMU, polícia, bombeiro, entre outros) tenha o seu próprio Centro de Comunicações, além de ser desarticulado entre eles, é ineficaz e totalmente um desperdício aos cofres públicos, isso sem contar com a disputa entre órgãos (SAMU e bombeiros).
Já está mais do que na hora de nós cidadãos de bem, começarmos a exigir das nossas autoridades públicas a melhoria imediata e a integração dos setores de emergência existentes no pais, com um Centro de Comunicação único, um numero de telefone único, onde os profissionais sejam realmente capacitados e habilitados para tomar decisões nas horas de emergência com eficiência, enviando para o local do sinistro os recursos que são realmente necessários.
Não podemos mais tolerar que as decisões sobre as emergências em nosso país sejam tomadas por pessoas que não sejam comprometidas com a vida, que quase 90% do país não conta com os recursos necessários para as situações de emergência, e principalmente que os nossos recursos sejam gastos de forma irresponsável e aleatória.
Nós precisamos que mais pessoas lutem para a melhoria do sistema de emergência, participando de discussões e ações, conscientizando outras pessoas de que isso não é uma questão só pública, é uma responsabilidade de todos nós.

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Norberto Carvalho

Norberto Carvalho
Norberto Pereira de Carvalho, Professor Técnico de Segurança do Trabalho, lecionando no Cefae II, Nilópolis, Bombeiro Profissional Civil - CBMERJ, com sólidos conhecimentos nas áreas de Técnologia Industrial e desenho técnico além de formação profissional como Eletricista predial e bons conhecimentos em Elétrica Industrial, com base sólida em Informática.

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Sandro Vergara da Costa, formado como Técnico de Segurança do Trabalho pelo Centro Educacional de Niterói - CEN, possuindo vários cursos pertinentes à área de Segurança do Trabalho, atuando desde sua formatura, em 2005, como consultor, principalmente nas questões de treinamento em grandes empresas de diversas atividades econômicas.

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